O número 3: simbologia e presença na Religião, Cultura e Literatura mundiais

O número 3 marca uma constante presença ao longo da História da Humanidade. A origem do seu simbolismo remonta à espiritualidade e religião, tendo sido integrado noutras esferas, onde assumiu também significados próprios.

Simbologia do número 3:

O número 3 está ligado à simbologia do triângulo, que é um símbolo geométrico significativo, por exemplo, para a Maçonaria.

Para essa sociedade secreta, o três reúne os ideais necessários para o amadurecimento espiritual dos seus membros: fé, esperança e caridade.

Na teoria do filósofo e matemático Pitágoras, representa a perfeição. Isso porque ele é a soma do um, que significa unidade, e do dois, que significa diversidade.

É também o número perfeito para os chineses. Para eles, é a junção do céu e da terra, da qual resulta a humanidade.

O número três representa também a unidade divina. É um número sagrado.

Na religião/ espiritualidade:

• A Santíssima Trindade para os cristãos (Pai, Filho e Espírito Santo) é um dos principais exemplos, que mostra o caráter sagrado deste número. Além da manifestação divina, várias coisas são representadas por três elementos. São exemplos: o ciclo da vida (nascimento, vida e morte), os três Reis Magos, a ressurreição de Jesus ao terceiro dia, o facto de Pedro ter negado Jesus por 3 vezes
• Dentro da Mitologia greco-latina, o três aparece na estrutura de poder dos deuses clássicos que regem o universo: Zeus/Júpiter domina o céu e a terra; Poseidon/Netuno controla os oceanos e Hades/Plutão vive nos reinos inferiores.

  Essa divisão aponta para um equilíbrio do universo alcançado pela partilha de poder regulada pelo três.

Para os gregos e romanos, a manifestação divina decorre de uma trindade da qual fazem parte Júpiter e Netuno, Plutão e Zeus, Posídon e Hades, respetivamente.

Esses deuses são representados com coisas que têm relação com o número 3: o raio de Júpiter, o tridente de Netuno e o cão de três cabeças de Plutão.

Na Índia, a manifestação divina é tripla (Trimurti): Brama, Vixenu e Shiva, trazendo os aspetos da produção, da conservação e da transformação da realidade.

• Da mesma forma, os egípcios têm Ísis, Osíris e Hórus.
• Ainda no Oriente, o Budismo tem a sua expressão perfeita na Jóia Tripla (Triratma) personificada em Buda, Dharma e Sanga que compõem o Tao.
• Na tradição judaica da Cabala, o três tem uma função primordial por revelar, estando por detrás do ato da criação:

a- elemento ativo, correspondente ao espírito;

b- elemento intermediário, correspondente a alma;

c- elemento passivo, correspondente ao corpo. 

São várias as expressões e ditados populares, que recorrem ao número 3, eis alguns exemplos, alguns deles bem conhecidos:

• "Segredo de dois, segredo de Deus; segredo de três, o diabo fez."
• "Três luzes a arder deitam uma casa a perder."
• "Três mulheres e um pato fazem uma feira."
• "Três foi a conta que Deus fez."
• "Um é pouco, dois é bom, três é demais."
• "Não há duas sem três."
• "Trazei três pratos de trigo para três tigres tristes comerem."

Os trava-línguas são oriundos da cultura popular, são modalidades de parlendas (rimas infantis), podendo aparecer sob a forma de prosa, versos, ou frases. Os trava-línguas recebem essa denominação devido à dificuldade que as pessoas enfrentam ao tentar pronunciá-los sem tropeços, ou, como o próprio nome diz, sem "travar a língua".

• "Três à carga, carga ao chão."
•  "Três vezes na cadeia é sinal de forca."
• "Três luzes a arder deitam uma casa a perder."
• "O peixe deve nadar três vezes: em água, em molho, em vinho!"
• "Fortuna de lobo três dias dura."
• "Um é pouco, dois é bom, três é demais."
• "Por mal não se leva um português, por bem dois ou três."